Ainda existe discriminação sexual nas organizações?

discriminação-no-ambiente-de-trabalho A discriminação caracteriza-se como uma atitude imprópria perante a diferença a alguém ou a algo, que tenha uma característica específica. Os casos de discriminação sexual são influenciados pelo medo, moralismo, orgulho e com base em estereótipos, além de se revelar uma realidade ainda bastante comum no Brasil.

Esse sofrimento faz parte do dia-a-dia de milhares indivíduos LGBTQ+, que, por receio da rejeição, da perda de oportunidades ou de se tornar alvo de piadas constantes, acabam por não afirmar sua orientação. Pesquisas do Ibope (2013) revelam que 33% dos homossexuais não se assumem diante de colegas de trabalho, 57% por causa do medo de rejeição, comprovando a ainda cultura heterossexista nas organizações. Segundo dados da Elancers, empresa brasileira de recrutamento de funcionários, em 2015, 20% dos seus 1.500 recrutadores não contrataria homossexuais para determinados cargos.

Além disso, apenas três grandes CEOs fazem parte, assumidamente, do público LGBT, sendo evidente a existência da discriminação e da necessidade da criação de medidas firmes que acabem com a não contratação, recusa em dar promoções e não atribuição de tarefas, apenas por orientação sexual. Em contraste, de acordo com a Revista Exame, empresas com políticas de diversidade de gênero e sexual têm 15% mais probabilidade de atingir suas metas.

Além disso, no Reino Unido, o lucro cresceu 3,5% para cada 10% de aumento na diversidade, mostrando que a pluralidade revela-se um contribuinte para a inovação e um combustível para o mercado, sendo essencial tentar acabar com os casos de discriminação sexual, através de iguais políticas de oportunidade e tornando o ambiente de trabalho cada vez mais inspirado no respeito.

 

REFERÊNCIAS

EXAME. Diversidade Sexual é benéfica para empresas, diz pesquisa. 2015. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/negocios/diversidade-sexual-e-benefica-para-empresas-diz-pesquisa/>. Acesso em: 16 de novembro de 2018.

G1. Um terço dos gays evita assumir por medo de rejeição, diz pesquisa. 2013. Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2013/03/um-terco-dos-gays-evitar-assumir-por-medo-de-rejeicao-diz-pesquisa.html>. Acesso em: 16 de novembro de 2018.

TERRA. Demitidos por serem gays: o nada fácil mercado para LGBTs. 2015. Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/brasil/demitidos-por-serem-gays-o-nada-facil-mercado-de-trabalho-para-lgbts,220a094b8b5532e5cbd90ac99e8e3877mqbwRCRD.html>. Acesso em: 16 de novembro de 2018.

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Marianne

Os erros e os acertos do marketing para o público LGBT

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O reconhecimento da comunidade LGBT pelo mercado tem avançado com o decorrer dos anos, fruto do aumento, mesmo que lento, da tolerância em uma sociedade historicamente conservadora. As marcas começaram a dar mais atenção a este público, trazendo à tona o debate sobre temas em constante ascensão, como inclusão e diversidade sexual. Mesmo assim, o conceito de “marketing LGBT” traz algumas divergências sobre a linha tênue entre apoio social e o simples oportunismo.

A sigla LGBT (ou LGBTTT) remete a “Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros”. Há algumas décadas, esses grupos eram considerados tabus nas campanhas publicitárias, normalmente, por contrariarem as famílias tradicionais majoritariamente heterossexuais, ou seja, possuíam pouca ou nenhuma visibilidade na mídia. Com o estímulo à livre expressão e às campanhas de tolerância, o novo milênio trouxe mudanças importantes para a comunidade. A partir daí, muitas marcas perceberam a importância de aderir a um discurso friendly e dar voz a lésbicas, gays e pessoas trans em suas peças publicitárias. Era incrementada uma, quase renegada, estratégia de marketing. “Marcas engajadas nessa política social são melhores vistas pelo público LGBT, que se sente representado e que só busca ser tratado com naturalidade. Isso é positivo e atrai mais visibilidade para a marca”, explica Silvio Sato, professor de Publicidade e Propaganda da FAAP.

Entretanto, até onde as empresas acertam na implantação de estratégias como essas? Um dos grandes erros está na falta de continuidade do apoio ao movimento e na ausência de uma continuidade na criação de campanhas direcionadas a esse público. Além disso, algumas marcas enxergam os indivíduos LGBT apenas como estereótipos reforçados pela sociedade, ignorando o fato de que eles pertencem a diversas classes econômicas, etnias, regiões, têm hobbies e hábitos de compra diversos entre si, constituem ou não família e não possuem um padrão de estilo de vida homogêneo. “Não adianta querer ganhar dinheiro em cima de uma causa social e não fazer nada além disso para mudar o cenário de homofobia e preconceito que essas pessoas enfrentam. Isso é oportunismo e não é bem-visto pela sociedade”, pontua Anna Castanha, professora de Marketing LGBT da ESPM. Reforçar a inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho é de extrema importância, considerando que não adianta incentivar a aceitação externa e esquecer da situação do ambiente interno da própria empresa.

Abrir o espaço para as minorias nas campanhas publicitárias tem uma influência positiva nos discursos de tolerância e no combate à homofobia. No entanto, é preciso ter cuidado na hora de estabelecer estratégias de marketing específicas para esse público. Antes de um grupo nomeado por uma sigla, a comunidade LGBT quer ser aceita com a mesma naturalidade que os demais grupos sociais. Resta as empresas reconhecerem esse fato, incluindo essa imagem em todos os aspectos da organização, seja interna ou externamente.

Referências bibliográfias

ABERJE. O que é marketing LGBT? Disponível em: <http://www.aberje.com.br/blogs/post/o-que-e-marketing-lgbt/>. Acesso em 06 de Março de 2018.

ADMINISTRADORES. 5 erros de Marketing e Comunicação com o público LGBT. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/5-erros-de-marketing-e-comunicacao-com-o-publico-lgbt/105240/>. Acesso em 06 de Março de 2018.

EXAME. Entre erros e acertos, marcas avançam no marketing LGBT. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/marketing/erros-acertos-marcas-marketing-lgbt/>. Acesso em 06 de Março de 2018.

Samuel Moreira