Em 2018, a organização ultrapassou a Disney e tornou-se a empresa de mídia com maior valor de mercado. Em 2019, o serviço de streaming atingiu quase 150 milhões de assinaturas. Esses dados, por si só, evidenciam que a Netflix é um dos maiores cases de sucesso da atualidade. Mas, afinal de contas, quais fatores contribuíram para isso? Como a Netflix se transformou em um dos grandes símbolos da revolução digital e nomes no mercado de mídia? Primeiramente, é importante saber que nem sempre foi assim! Continue reading
Month: julho 2020
Mudanças Sociais e Econômicas: A Inovação em Tempos de Crise
George Santayana, em seu livro “A vida da razão” (1905), é o autor por trás da famosa frase “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão fadados a repeti-lo”. Nesse contexto, a história tem o papel importante de catalogar as grandes vitórias e derrotas da humanidade, em uma sequência cronológica de inovação e progresso. Toda grande catástrofe foi propulsora de intensas mudanças sociais e econômicas, as quais empresas e gestores tiveram de se adaptar para sobreviver e prosperar.
A Peste Bubônica, conhecida popularmente como Peste Negra, por exemplo, foi responsável pela morte de, pelo menos, ⅓ da população europeia ao longo do século XIV. A grande perda de mão de obra forçou empresários a aumentarem salários para atrair novos empregados. A necessidade de trabalhar mais para suprir as demandas resultou no desenvolvimento de ferramentas e, posteriormente, à Primeira Revolução Industrial. O poder de compra da população aumentou, consequentemente elevando a alfabetização e o desenvolvimento das ciências, incluindo o início da medicina moderna (MEHTA, 2020). Ou seja, vemos que a história nos ensina que grandes acontecimentos geram grandes mudanças na economia, fato que pudemos vivenciar em outra grande pandemia, com a COVID-19, decretada em março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Aproximadamente 4,5 bilhões de pessoas (60% da população mundial, considerando os 7,79 bilhões estimados pela ONU em 2020) foram submetidas ao distanciamento social em abril deste ano, segundo dados da AFP (Agence France-Presse), sendo pelo menos 2,93 bilhões de habitantes obrigados a fazê-lo de acordo com as medidas aplicadas por seus respectivos países. Com essa grande quantidade de mão de obra impedida de produzir, empresas ao redor do mundo tiveram que buscar novas estratégias para manter seu nível de vendas como forma de diminuir suas perdas e manter seus clientes. Além disso, houve um grande investimento por parte das organizações na área do e-commerce e aplicativos de entrega rápida se tornaram cada vez mais acessíveis à população, e o home office se tornou essencial para a maioria das empresas de serviços.
Ou seja, a pandemia de 2020 antecipou a chamada “economia do isolamento” (MEHTA, 2020), de forma que o sistema de trabalho à distância, modelo que até então era relutantemente implantado por apenas algumas empresas, se tornou um modelo essencial após a urgência da adoção do distanciamento social (LABRIOLA, 2020). Com isso, o e-commerce se tornou uma opção mais acessível ao consumidor moderno e, após o grande investimento das empresas em desenvolvê-lo, continuará a atuar com força na maioria das organizações. O padrão de compra do cliente possivelmente será alterado, pois mesmo após o fim da pandemia a população ainda deverá se readaptar às lojas físicas e as tendências dos serviços virtuais deverão se tornar permanentes. Apesar de todos os prejuízos econômicos vividos pelas empresas, podemos afirmar que o maior legado deixado para as organizações será essa nova revolução digital e com ela, todas as oportunidades e ameaças desse meio.
REFERÊNCIAS
COVID-19 deixa 4,5 bilhões de pessoas confinadas no mundo. Estado de Minas Internacional, 2020. Disponível em <https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2020/04/17/interna_internacional,1139616/covid-19-deixa-4-5-bilhoes-de-pessoas-confinadas-no-mundo.shtml>. Acesso em: 15 de maio de 2020.
LABRIOLA, Pietro. Maior legado da Covid-19 para o setor empresarial será a coragem digital. Folha de São Paulo, 2020. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/05/5g-sera-essencial-para-manter-home-office-pos-pandemia.shtml>. Acesso em: 17 de maio de 2020.
MEHTA, Kumar. Por que o coronavírus pode estimular a inovação. Forbes, 2020. Disponível em:<https://forbes.com.br/negocios/2020/03/por-que-o-coronavirus-pode-estimular-a-inovacao/>. Acesso em: 15 de maio de 2020.
SCHNAIDER, Amanda. Estratégias das marcas para o pós-pandemia. Meio&Mensagem, 2020. Disponível em: <https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2020/04/16/estrategias-das-marcas-para-o-pos-pandemia.html>. Acesso em: 17 de maio de 2020.
VINHAS, Tânia. Frase da semana: “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”. SuperInteressante, 2016. Disponível em: <https://super.abril.com.br/blog/superblog/frase-da-semana-8220-aqueles-que-nao-conseguem-lembrar-o-passado-estao-condenados-a-repeti-lo-8221/>. Acesso em: 15 de maio de 2020.
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO FEITA EM: 12.06.2020.
BIANCA ANDRADE E ANITTA: O QUE ESSAS ESTRELAS TÊM EM COMUM?
A pluralidade do mundo empresarial, o posicionamento feminino no mercado e as inúmeras táticas de marketing nos permite desenvolver análises completas nos mais variados cenários e, seja no campo da música ou dos cosméticos, essas ferramentas podem ser excelentes aliadas para a ascensão das marcas. Larissa de Macedo, conhecida internacionalmente como Anitta, ascendeu no cenário musical brasileiro em 2013 e, desde então, atingiu patamares nunca antes alcançados por um cantor pop brasileiro. Entretanto, o sucesso não é resultado exclusivo do talento musical e, na realidade, toda a trajetória da artista é um exemplo de case de sucesso do marketing. Em paralelo, Bianca Andrade, ou “Boca Rosa”, começou sua jornada com um blog sobre maquiagem, cresceu com a popularização dos influenciadores digitais e, hoje, atua como diretora criativa de suas próprias linhas “Boca Rosa Beauty” e “Boca Rosa Hair”, em parceria com as empresas nacionais Payot e Cadiveu, respectivamente.
Segundo Jonathan e Silva (2007), as contingências do mercado e a dificuldade de inserção das mulheres no espaço público de trabalho nos fazem parar e pensar sobre as características e consequências do trabalho feminino para o empreendedorismo. Diante disso, já parou para pensar nas estratégias utilizadas por Bianca Andrade e Anitta? Quais ações de marketing as aproxima? O caminho para conquistar o espaço no mercado pode ser diferente para cada empreendedor, mas a tomada de decisão não necessariamente, possibilitando a oxigenação de ideias, além de propostas inovadoras e até mesmo “divertidas” aos olhos do público.
Primeiramente, vamos começar analisando a forma de gestão da cantora. Com uma visão estratégica apurada, a artista, logo no início da carreira, entendeu que seu público gosta de ter informações constantes e assunto para comentar entre si. Isso é reafirmado ao analisarmos a manutenção ativa de sua imagem na mídia e as ações de engajamento nas plataformas digitais. O Projeto Xeque-Mate executado em 2017, por exemplo, consistiu na liberação de quatro materiais audiovisuais no período de três meses. Com isso, o volume de novidades em um curto espaço de tempo contribuiu para manter o nome dela em ascensão sem tornar cansativo ou entediante e ainda impulsionou o estrelato prematuro na América Latina. Outro exemplo é a série biográfica “Vai Anitta” (2018) lançada no serviço de streaming Netflix, mostrando sua vida pessoal e profissional detalhadamente.
Além disso, a empresária sabe como o mercado musical funciona, definiu muito bem onde quer chegar e, por ter conhecimento dessas variáveis, sabe quais medidas deve aplicar para atingir um objetivo específico. De acordo com o Blog Ipog (2019), um exemplo claro disso é a forma como realiza seus shows: ao definir um cachê baixo, ela consegue maior volume, atingindo mais pessoas e estreitando o contato com os fãs. Em paralelo, a plataforma online Destino Negócio (2015) afirma que para expandir o público, se firmar no mercado latino e aumentar seu networking, o co-branding – união de vários nomes ou marcas usadas em conjunto em um único produto ou serviço – é um aliado. Não ficou claro? Pense no número de parceriascom o colombiano J Balvin e como foram eficientes para a conquista de um novo público para ambos: os fãs do cantor a descobriram e vice-versa.
Ademais, engana-se quem pensa que a música é o único cenário onde Anitta atua. No campo da moda, a mais recente ferramenta do marketing utilizada por ela chama-se “Estratégia de Continuidade”, que consiste em uma tática para transformar seu produto em algo além da oferta principal e, assim, firmar seu espaço em um novo modelo de negócio. Para ficar mais claro, vamos analisar o plano de ação escolhido para dar suporte ao lançamento da nova coleção de shorts da artista, que almejava expandir seu campo de atuação e inserir-se no ambiente da moda. Durante o Rock In Rio de 2019, Anitta começou a usar o mesmo estilo de roupa em todos os shows e, com isso, conseguiu impulsionar a marca de forma orgânica, lançando uma tendência muito aceita pelo público e diminuindo a probabilidade de baixo desempenho do produto no mercado.
Seguindo essa linha de raciocínio, Bianca Andrade (ou Boca Rosa), utilizou a tática no anúncio de sua linha capilar em parceria com a empresa nacional Payot. Nos meses que antecederam o lançamento, a empresária mudou o estilo de cabelo diversas vezes, alterando cor e corte. Ou seja, criou uma expectativa nas seguidoras para expandir seu campo de atuação que antes era limitado à maquiagem. Somado a isso, também desenvolveu uma campanha gigantesca envolvendo música, embalagens chamativas e postagens constantes em seu perfil pessoal, levando ao sucesso do produto.
Ao mesmo tempo, algumas outras estratégias utilizadas por ela são: utilizar a rede social pessoal como veículo de publicidade; desenvolver forte apelo visual e olfativo para os produtos; elaborar press-kits (materiais de divulgação enviado pela assessoria para pessoas famosas ou com significativo número de seguidores) bem elaborados e chamativos para que sejam postados nos stories de quem está recebendo e, assim, capturar mais público; repostar as publicações de suas seguidoras para gerar publicidade natural e fortalecer o contato com o consumidor; e, por fim, uma identidade visual flexível. Como definido por Silva (2017), o desenvolvimento dessa linha de atuação permite que a marca acompanhe o dinamismo do seu público e se encaixa à realidade de redes sociais como o Instagram, onde o volume de postagens é alto e, por conseguinte, as tendências são rapidamente transformadas. Tudo isso possibilitou que Bianca firmasse o espaço da sua marca e construísse um bom posicionamento com o cliente.
Em suma, é notório como as tomadas de decisões variam de acordo com o indivíduo responsável, entretanto o papel do marketing e ramificações sempre aparecem como protagonistas. Ao optar por ferramenta X ou Y definem como a “construção de uma marca icônica está diretamente atrelada a valores, ideais e identificação com o público, de forma que a vida pessoal, as escolhas e preferências do consumidor caminhem espontaneamente em direção a determinado produto” (MUNDO MARKETING, 2013). Além disso, entender como essas empreendedoras pensam, determinam as variadas estratégias de ação e traçam o caminho que suas marcas tomarão é de extrema importância para reafirmar a importância dessas mulheres para o cenário nacional e o que elas representam.
REFERÊNCIAS
DESTINO NEGÓCIO. Entenda o que é co-branding e conheça exemplos de sucesso. 2015. Disponível em: < https://destinonegocio.com/br/empreendedorismo/entenda-o-que-e-co-branding-e-conheca-exemplos-de-sucesso/>. Acesso em: 27 Mar. 2020.
JONATHAN, Evan G.; SILVA, Taissa M. R. da. Empreendedorismo feminino: tecendo a trama de demandas conflitantes. Psicologia Social. Porto Alegre, 2007. V.19, N.1, p. 77-84. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822007000100011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 27 Mar. 2020.
IPOG BLOG. Nino Carvalho. 7 lições de Anitta para montar o seu plano de marketing. 2019. Disponível em: < https://blog.ipog.edu.br/comunicacao-e-marketing/plano-de-marketing/>. Acesso em: 26 Mar. 2020.
MUNDO MARKETING. Luísa Medeiros. Como as marcas icônicas constroem cultura e alteram o mercado. 2013. Disponível em: < https://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/marca/27380/como-as-marcas-iconicas-constroem-cultura-e-alteram-o-mercado.html>. Acesso: 26 Mar. 2020
QUALITA COMUNICAÇÃO. O que a Anitta pode nos ensinar sobre co-marketing. 2019. Disponível em: < https://qualitacomunicacao.com/br/o-que-anitta-pode-nos-ensinar-sobre-co-marketing/>. Acesso em: 26 Mar. 2020.
SILVA, Julia de O. da. O Estudo das Identidades Visuais Flexíveis com Aplicação na Identidade Visual da UNEB. 2017. 90 f. TCC (Graduação) – Curso de Design, Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2017. Disponível em: <http://www.saberaberto.uneb.br/jspui/handle/123456789/13/browse?type=subject&order=ASC&rpp=20&value=identidade+visual>. Acesso em: 27 Mar. 2020.
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO FEITA EM: 18.06.2020
Livros Curiosos: O que o Sr. dos Anéis, o Assassinato no Expresso do Oriente e a Guerra dos Tronos tem a ver com a administração?
Em algum momento da sua vida você já deve ter lido um livro, seja ele de romance, ficção, terror, infanto-juvenil entre outros gêneros. Acertei? Se não, já deve ter visto um filme inspirado em algum. Agora o que provavelmente você não sabe, é que muitos desses livros, alguns famosos até aqui no Brasil, trazem alguma lição ou aprendizagem sobre administração. A seguir, você encontrará três livros que retratam esse link com esta ciência social, e demostraremos como simples histórias de ficção podem trazer grandes aprendizagens úteis para a vida real.
Em uma primeira análise, a trilogia “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel”, escrita por J.R.R. Tolkien, conhecida por muitas pessoas também pela série de filmes, mostra a trajetória do protagonista, Hobbit Frodo, que em sua missão de acabar com o poderoso anel de Sauron, enfrenta diversos desafios em sua jornada. Neste contexto, podemos analisar essa história da seguinte forma: ter um objetivo é essencial na vida de quem tem uma empresa, não concorda? É preciso saber qual a missão do seu negócio para seguir em frente, sem ceder a tentações de abandonar essa árdua tarefa. Em Senhor dos anéis, Frodo é um grande exemplo disso, durante a busca para realizar sua missão, Gollum também não fica de fora, ele personifica claramente os concorrentes que tentarão a qualquer custo atrapalhar o empreendedor, a ponto de fazê-lo muitas vezes querer desistir.
Em paralelo também podemos fazer uma análise de “O Assassinato no Expresso do Oriente”. Este, um dos principais romances de Agatha Christe, traz a história do detetive Hercule Poirot, que se encontra dentro do trem no qual ocorre um assassinato. Intrigado e pressionado, ele precisa investigar os passageiros e descobrir quem é o assassino e quais seus motivos. Se olhado do ponto de vista administrativo, o best-seller traz em suas páginas, de maneira implícita, como um administrador deve se comportar ao precisar tomar uma decisão diante de um problema. Assim, como o detetive, um gestor deve analisar todas as informações e dados, entender todas as circunstâncias que levaram aquela situação, relacionando de maneira sistemática tudo que aconteceu com o presente da organização, e assim tomar a melhor decisão para aquele problema, sem evitar futuros atrasos.
Por fim temos o best-seller “A Guerra dos Tronos” que é um sucesso mundial, seja nos livros ou na série. Em sua obra, George R. R. Martin traz para o leitor uma incrível história com disputas políticas e violentas lutas entre diversas famílias em torno do poder. Se tivermos um olhar minucioso conseguiremos analisar os vários conflitos, competições e negociações que fazem parte de seu enredo, e sua total relação com os diversos jogos políticos que existe dentro das grandes organizações. Quando se é um administrador, é fundamental que você saiba como ler os interesses de outras organizações, para que assim consiga negociar com elas, até porque no meio corporativo é bastante comum uma empresa depender de outras organizações para conseguir seu sucesso.
Através dessa analise geral dos três livros aqui citados, podemos ver que a administração, muito além de uma ciência social que veio ao mundo para auxiliar as organizações, ela está totalmente intrínseca nos mais diversos âmbitos de nossa sociedade. Nesse texto abordamos livros que aparentemente você vê e pensa que não há relação com administração, no entanto, após uma observação de outro ponto de vista, o entendimento do real papel de um administrador dentro das empresas é mostrado, mas em um contexto diferente. Por fim convidamos vocês a refletirem os mais diversos livros, filmes e series que já tenha lido ou assistido, e pensarem o link da administração dentro daquela obra, e assim refletir a importância de tamanha profissão e profissional para nossa sociedade.
REFERÊNCIAS
DOC9: Gestão de Dados Empresárias. 9 Dicas de Livros que todo Advogado Precisa Ler. Sistema DOC9. Disponível em: <https://sistema.doc9.com.br/solicitacoes9-dicas-de-livros-que-todo-advogado-precisa-ler/>. Acesso em: 19 mar. 2020.
FONSECA, Mariana. 11 livros de ficção que dão uma aula de empreendedorismo. Revista Enxame, 03 mar. 2016. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/pme/11-livros-de-ficcao-que-dao-uma-aula-de-empreendedorismo/>. Acesso em: 19 mar. 2020.
ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO NO TEXTO FEITA EM: 08.05.2020.
Por: Jeferson Costa.