Mudanças Sociais e Econômicas: A Inovação em Tempos de Crise

 

Criatividade e Inovação: suas poderosas armas na luta contra o ...

George Santayana, em seu livro “A vida da razão” (1905), é o autor por trás da famosa frase “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão fadados a repeti-lo”. Nesse contexto, a história tem o papel importante de catalogar as grandes vitórias e derrotas da humanidade, em uma sequência cronológica de inovação e progresso. Toda grande catástrofe foi propulsora de intensas mudanças sociais e econômicas, as quais empresas e gestores tiveram de se adaptar para sobreviver e prosperar.

A Peste Bubônica, conhecida popularmente como Peste Negra, por exemplo, foi responsável pela morte de, pelo menos, ⅓ da população europeia ao longo do século XIV. A grande perda de mão de obra forçou empresários a aumentarem salários para atrair novos empregados. A necessidade de trabalhar mais para suprir as demandas resultou no desenvolvimento de ferramentas e, posteriormente, à Primeira Revolução Industrial. O poder de compra da população aumentou, consequentemente elevando a alfabetização e o desenvolvimento das ciências, incluindo o início da medicina moderna (MEHTA, 2020). Ou seja, vemos que a história nos ensina que grandes acontecimentos geram grandes mudanças na economia, fato que pudemos vivenciar em outra grande pandemia, com a COVID-19, decretada em março de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Aproximadamente 4,5 bilhões de pessoas (60% da população mundial, considerando os 7,79 bilhões estimados pela ONU em 2020) foram submetidas ao distanciamento social em abril deste ano, segundo dados da AFP (Agence France-Presse), sendo pelo menos 2,93 bilhões de habitantes obrigados a fazê-lo de acordo com as medidas aplicadas por seus respectivos países. Com essa grande quantidade de mão de obra impedida de produzir, empresas ao redor do mundo tiveram que buscar novas estratégias para manter seu nível de vendas como forma de diminuir suas perdas e manter seus clientes. Além disso, houve um grande investimento por parte das organizações na área do e-commerce e aplicativos de entrega rápida se tornaram cada vez mais acessíveis à população, e o home office se tornou essencial para a maioria das empresas de serviços.

Ou seja, a pandemia de 2020 antecipou a chamada “economia do isolamento” (MEHTA, 2020), de forma que o sistema de trabalho à distância, modelo que até então era relutantemente implantado por apenas algumas empresas, se tornou um modelo essencial após a urgência da adoção do distanciamento social (LABRIOLA, 2020). Com isso, o e-commerce se tornou uma opção mais acessível ao consumidor moderno e, após o grande investimento das empresas em desenvolvê-lo, continuará a atuar com força na maioria das organizações. O padrão de compra do cliente possivelmente será alterado, pois mesmo após o fim da pandemia a população ainda deverá se readaptar às lojas físicas e as tendências dos serviços virtuais deverão se tornar permanentes. Apesar de todos os prejuízos econômicos vividos pelas empresas, podemos afirmar que o maior legado deixado para as organizações será essa nova revolução digital e com ela, todas as oportunidades e ameaças desse meio.

REFERÊNCIAS

COVID-19 deixa 4,5 bilhões de pessoas confinadas no mundo. Estado de Minas Internacional, 2020. Disponível em <https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2020/04/17/interna_internacional,1139616/covid-19-deixa-4-5-bilhoes-de-pessoas-confinadas-no-mundo.shtml>. Acesso em: 15 de maio de 2020.

LABRIOLA, Pietro. Maior legado da Covid-19 para o setor empresarial será a coragem digital. Folha de São Paulo, 2020. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/05/5g-sera-essencial-para-manter-home-office-pos-pandemia.shtml>. Acesso em: 17 de maio de 2020.

MEHTA, Kumar. Por que o coronavírus pode estimular a inovação. Forbes, 2020. Disponível em:<https://forbes.com.br/negocios/2020/03/por-que-o-coronavirus-pode-estimular-a-inovacao/>. Acesso em: 15 de maio de 2020.

SCHNAIDER, Amanda. Estratégias das marcas para o pós-pandemia. Meio&Mensagem, 2020. Disponível em: <https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2020/04/16/estrategias-das-marcas-para-o-pos-pandemia.html>. Acesso em: 17 de maio de 2020.

VINHAS, Tânia. Frase da semana: “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo”. SuperInteressante, 2016. Disponível em: <https://super.abril.com.br/blog/superblog/frase-da-semana-8220-aqueles-que-nao-conseguem-lembrar-o-passado-estao-condenados-a-repeti-lo-8221/>. Acesso em: 15 de maio de 2020.

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO FEITA EM: 12.06.2020.

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