BIANCA ANDRADE E ANITTA: O QUE ESSAS ESTRELAS TÊM EM COMUM?

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A pluralidade do mundo empresarial, o posicionamento feminino no mercado e as inúmeras táticas de marketing nos permite desenvolver análises completas nos mais variados cenários e, seja no campo da música ou dos cosméticos, essas ferramentas podem ser excelentes aliadas para a ascensão das marcas. Larissa de Macedo, conhecida internacionalmente como Anitta, ascendeu no cenário musical brasileiro em 2013 e, desde então, atingiu patamares nunca antes alcançados por um cantor pop brasileiro. Entretanto, o sucesso não é resultado exclusivo do talento musical e, na realidade, toda a trajetória da artista é um exemplo de case de sucesso do marketing. Em paralelo, Bianca Andrade, ou “Boca Rosa”, começou sua jornada com um blog sobre maquiagem, cresceu com a popularização dos influenciadores digitais e, hoje, atua como diretora criativa de suas próprias linhas “Boca Rosa Beauty” e “Boca Rosa Hair”, em parceria com as empresas nacionais Payot e Cadiveu, respectivamente.

Segundo Jonathan e Silva (2007), as contingências do mercado e a dificuldade de inserção das mulheres no espaço público de trabalho nos fazem parar e pensar sobre as características e consequências do trabalho feminino para o empreendedorismo. Diante disso, já parou para pensar nas estratégias utilizadas por Bianca Andrade e Anitta? Quais ações de marketing as aproxima? O caminho para conquistar o espaço no mercado pode ser diferente para cada empreendedor, mas a tomada de decisão não necessariamente, possibilitando a oxigenação de ideias, além de propostas inovadoras e até mesmo “divertidas” aos olhos do público.

Primeiramente, vamos começar analisando a forma de gestão da cantora. Com uma visão estratégica apurada, a artista, logo no início da carreira, entendeu que seu público gosta de ter informações constantes e assunto para comentar entre si. Isso é reafirmado ao analisarmos a manutenção ativa de sua imagem na mídia e as ações de engajamento nas plataformas digitais. O Projeto Xeque-Mate executado em 2017, por exemplo, consistiu na liberação de quatro materiais audiovisuais no período de três meses. Com isso, o volume de novidades em um curto espaço de tempo contribuiu para manter o nome dela em ascensão sem tornar cansativo ou entediante e ainda impulsionou o estrelato prematuro na América Latina. Outro exemplo é a série biográfica “Vai Anitta” (2018) lançada no serviço de streaming Netflix, mostrando sua vida pessoal e profissional detalhadamente.

Além disso, a empresária sabe como o mercado musical funciona, definiu muito bem onde quer chegar e, por ter conhecimento dessas variáveis, sabe quais medidas deve aplicar para atingir um objetivo específico. De acordo com o Blog Ipog (2019), um exemplo claro disso é a forma como realiza seus shows: ao definir um cachê baixo, ela consegue maior volume, atingindo mais pessoas e estreitando o contato com os fãs. Em paralelo, a plataforma online Destino Negócio (2015) afirma que para expandir o público, se firmar no mercado latino e aumentar seu networking, o co-branding – união de vários nomes ou marcas usadas ​​em conjunto em um único produto ou serviço – é um aliado. Não ficou claro? Pense no número de parceriascom o colombiano J Balvin e como foram eficientes para a conquista de um novo público para ambos: os fãs do cantor a descobriram e vice-versa.

Ademais, engana-se quem pensa que a música é o único cenário onde Anitta atua. No campo da moda, a mais recente ferramenta do marketing utilizada por ela chama-se “Estratégia de Continuidade”, que consiste em uma tática para transformar seu produto em algo além da oferta principal e, assim, firmar seu espaço em um novo modelo de negócio. Para ficar mais claro, vamos analisar o plano de ação escolhido para dar suporte ao lançamento da nova coleção de shorts da artista, que almejava expandir seu campo de atuação e inserir-se no ambiente da moda. Durante o Rock In Rio de 2019, Anitta começou a usar o mesmo estilo de roupa em todos os shows e, com isso, conseguiu impulsionar a marca de forma orgânica, lançando uma tendência muito aceita pelo público e diminuindo a probabilidade de baixo desempenho do produto no mercado.

Seguindo essa linha de raciocínio, Bianca Andrade (ou Boca Rosa), utilizou a tática no anúncio de sua linha capilar em parceria com a empresa nacional Payot. Nos meses que antecederam o lançamento, a empresária mudou o estilo de cabelo diversas vezes, alterando cor e corte. Ou seja, criou uma expectativa nas seguidoras para expandir seu campo de atuação que antes era limitado à maquiagem. Somado a isso, também desenvolveu uma campanha gigantesca envolvendo música, embalagens chamativas e postagens constantes em seu perfil pessoal, levando ao sucesso do produto.

Ao mesmo tempo, algumas outras estratégias utilizadas por ela são: utilizar a rede social pessoal como veículo de publicidade; desenvolver forte apelo visual e olfativo para os produtos; elaborar press-kits (materiais de divulgação enviado pela assessoria para pessoas famosas ou com significativo número de seguidores) bem elaborados e chamativos para que sejam postados nos stories de quem está recebendo e, assim, capturar mais público; repostar as publicações de suas seguidoras para gerar publicidade natural e fortalecer o contato com o consumidor; e, por fim, uma identidade visual flexível. Como definido por Silva (2017), o desenvolvimento dessa linha de atuação permite que a marca acompanhe o dinamismo do seu público e se encaixa à realidade de redes sociais como o Instagram, onde o volume de postagens é alto e, por conseguinte, as tendências são rapidamente transformadas. Tudo isso possibilitou que Bianca firmasse o espaço da sua marca e construísse um bom posicionamento com o cliente.

Em suma, é notório como as tomadas de decisões variam de acordo com o indivíduo responsável, entretanto o papel do marketing e ramificações sempre aparecem como protagonistas. Ao optar por ferramenta X ou Y definem como a “construção de uma marca icônica está diretamente atrelada a valores, ideais e identificação com o público, de forma que a vida pessoal, as escolhas e preferências do consumidor caminhem espontaneamente em direção a determinado produto” (MUNDO MARKETING, 2013). Além disso, entender como essas empreendedoras pensam, determinam as variadas estratégias de ação e traçam o caminho que suas marcas tomarão é de extrema importância para reafirmar a importância dessas mulheres para o cenário nacional e o que elas representam.

REFERÊNCIAS

DESTINO NEGÓCIO. Entenda o que é co-branding e conheça exemplos de sucesso. 2015. Disponível em: < https://destinonegocio.com/br/empreendedorismo/entenda-o-que-e-co-branding-e-conheca-exemplos-de-sucesso/>. Acesso em: 27 Mar. 2020.

JONATHAN, Evan G.; SILVA, Taissa M. R. da. Empreendedorismo feminino: tecendo a trama de demandas conflitantes. Psicologia Social. Porto Alegre, 2007. V.19, N.1, p. 77-84. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822007000100011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 27 Mar. 2020.

IPOG BLOG. Nino Carvalho. 7 lições de Anitta para montar o seu plano de marketing. 2019. Disponível em: < https://blog.ipog.edu.br/comunicacao-e-marketing/plano-de-marketing/>. Acesso em: 26 Mar. 2020.

MUNDO MARKETING. Luísa Medeiros. Como as marcas icônicas constroem cultura e alteram o mercado. 2013. Disponível em: < https://www.mundodomarketing.com.br/reportagens/marca/27380/como-as-marcas-iconicas-constroem-cultura-e-alteram-o-mercado.html>. Acesso: 26 Mar. 2020

QUALITA COMUNICAÇÃO. O que a Anitta pode nos ensinar sobre co-marketing. 2019. Disponível em: < https://qualitacomunicacao.com/br/o-que-anitta-pode-nos-ensinar-sobre-co-marketing/>. Acesso em: 26 Mar. 2020.

SILVA, Julia de O. da. O Estudo das Identidades Visuais Flexíveis com Aplicação na Identidade Visual da UNEB. 2017. 90 f. TCC (Graduação) – Curso de Design, Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2017. Disponível em: <http://www.saberaberto.uneb.br/jspui/handle/123456789/13/browse?type=subject&order=ASC&rpp=20&value=identidade+visual>. Acesso em: 27 Mar. 2020.

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO FEITA EM: 18.06.2020

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