Por Enquanto Eles Têm um Uso Além da Decoração de Estantes

Estante - SITE

Há quatro anos, o Jornal O Globo produziu uma reportagem que mostrava 40% das escolas particulares que até então já usavam a tecnologia para aprender. Nessa perspectiva, era fácil ouviroatos que as mídias eletrônicas iriam substituir as mídias tradicionais. O jornal eletrônico iria substituir o físico, as notícias não seriam mais veiculadas por telejornais, mas sim em sites e, principalmente, que os e-books iriam substituir os livros convencionais. No entanto, para a surpresa da maioria, não houve uma substituição, mas sim uma coexistência harmônica. Logo, as editoras tiveram que desenvolver um novo conjunto de atividades para atender o ascendente mercado.

Não é difícil pensar que os livros eletrônicos, por contar com uma quantidade abundante de benefícios, poderiam substituir os livros físicos, uma vez que esses têm uma série de vantagens. O homem moderno está cada vez com menos tempo livre em sua agenda corrida, logo a comodidade de comprar títulos em “players” confiáveis, como Amazon, Apple e Google, com apenas um click sem sair de casa parece ser altamente conveniente. Como mostram os dados do censo do livro digital feito em 2017, somente no ano anterior à pesquisa, aproximadamente 9500 novos títulos foram lançados e mais de 2 milhões e meio foram negociados.

Para alcançar esses números monumentais, as editoras de livros tiveram que adaptar seus métodos de comércio, uma vez que o mercado digital difere totalmente dos métodos tradicionais. Uma das principais mudanças foi o fato de não ser necessário intermediário no processo de compra, ou seja, é ainda mais vantajoso para as empresas no ponto de vista econômico, visto que há uma redução de custos, barateando ainda mais o produto. Livrarias físicas são colocadas em questão por não haver a necessidade de intermediários no processo de compra e venda, mas apesar disso elas ainda têm seu valor. Vê-se que ainda participam no processo de decisão, mas não necessariamente no processo de compra. As livrarias físicas são muito usadas como instrumentos de consulta para que, posteriormente, seja feita a aquisição online, não necessariamente na mesma livraria que foi feita a consulta.

Por conseguinte, apesar do aparecimento dos e-books terem sido uma mudança de paradigma nos conceitos de compra e venda e ter gerado um impacto no mercado de livros, a ascensão ainda não é suficientemente enérgica a ponto de ser uma pedra angular no rompimento da harmonia entre mídias físicas e mídias digitais. Enquanto as telas e arquivos não substituírem completamente as páginas de papel, o conteúdo dos livros nas estantes continuará valendo mais do que somente seu uso decorativo.

Imagem: https://bit.ly/2kSu8BM

Referências

ALMEIDA, Fabiana. Mercado de e-books cresce no Brasil com uso cada vez maior nas escolas. 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2015/02/mercado-de-e-books-cresce-no-brasil.html>. Acesso em: 20 maio 2019.

MARTINS FERREIRA, Fernando Coelho; MIRANDA, Luis Fernando Moreira; MORAS, Monique. Impacto dos e-books na cadeia editorial brasileira: Uma análise exploratória. RAE-Revista de Administração de Empresas, [S.l.], v. 58, n. 5, p. 494-505, out. 2018. ISSN 2178-938X. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rae/article/view/77381/74121>. Acesso em: 17 Mai. 2019. doi:http://dx.doi.org/10.1590/S0034-759020180505.

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS (Org.). Inédito, Censo do Livro Digital aponta que 37% das editoras brasileiras produzem e comercializam e-books. 2017. Disponível em: <https://snel.org.br/inedito-censo-do-livro-digital-mapeia-a-producao-e-a-comercializacao-de-e-books-no-brasil-confira-o-estudo/>. Acesso em: 20 maio 2019.

 

Matheus Carneiro

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