As oportunidades podem estar onde menos se espera: Caso iTunes Music Store!

arte para o site - amanda

No início dos anos 2000 a indústria da música encontrava-se em uma situação preocupante, com o avanço da internet a propagação de cópias não autorizadas de CD´s cresceram a passos largos. Em virtude de tais atividades ilegais, a margem de lucro da indústria havia sido reduzida de 20% para apenas 5%. Sem saber ao certo quais providências deveriam ser tomadas para refrear a pirataria, as empresas fonográficas instituíram medidas que foram desde uma legislação direcionada para a punição da prática de downloads irregulares até a tentativa de lançar serviços de vendas de músicas pela internet. Apesar dessas medidas, a pirataria continuou a se expandir e as empresas fonográficas se convenceram de que era impossível vencer essa guerra.

No entanto, uma empresa que não tinha nenhuma relação com o segmento foi quem apresentou uma solução e resolveu esse impasse: a Apple de Steve Jobs. Jobs imaginou que se existia alguém apto a resolver o problema das músicas digitais, esse alguém era justamente uma pessoa que não atuasse diretamente na indústria sonora e não estivesse contaminado com políticas, práticas e modelos viciados. Além do mais, um indivíduo de outro setor seria capaz de negociar entre gravadoras concorrentes e conseguir a adesão delas.

Primeiramente Jobs estabeleceu um modelo de negócio. Como definir o preço de uma música? O bom senso diria que as músicas deveriam ter preços diferentes, uma vez que as pessoas estariam dispostas a pagar mais por um grande sucesso. Porém, esse raciocínio o levou a outra dúvida: como justificar se uma canção é ou não é um sucesso? Como explicar o fato de uma música custar mais que outra? Seguindo então o lema da Apple “pense grande, mas simplifique” Jobs chegou à conclusão de que todas as músicas teriam o mesmo preço, 99 centavos.

Depois desta etapa, Jobs partiu para as negociações com as gravadoras. A proposta apresentada era muito atraente: lançar uma loja de vendas de músicas virtuais simples, prática, transparente e completa, que disponibilizaria toda e qualquer música que o cliente desejasse. O custo de aquisição das canções seriam tão baixo que era realmente possível convencer os consumidores a esquecer da pirataria. Sendo assim, depois de muitos argumentos tentadores, Jobs enfim obteve o apoio das principais empresas do setor musical, apesar de no fundo ter sérias dúvidas de que as pessoas estariam realmente dispostas a comprar algo que tinham de graça na internet.

Desse modo, em abril de 2003 a Apple lançou o iTunes Music Store, e, para surpresa de muitos, foram vendidas um milhão de músicas apenas na primeira semana. Números de 2009 indicam que já foram comercializadas mais de 6 bilhões de músicas desde então. O iTunes mudou o modo de se consumir música, ao invés de comprar um CD inteiro como faziam antes, os consumidores agora compram do site somente as músicas que desejam ouvir.

Em síntese, a conclusão que se pode tirar desse caso é a de que se um dia você vislumbrar a solução para um impasse vivido por outro segmento de atuação, não tenha medo ou se intimide, dê a você mesmo a chance de seguir adiante com a sua ideia. Lembre-se das palavras de Marshall McLuhan: “Se alguém um dia descobriu a água, esse alguém não foi um peixe”.

Fonte:

DOMINGOS, Carlos. Oportunidades disfarçadas. Rio de Janeiro: Sextante, 2013.

Amanda-Reis

As mudanças estratégicas das lojas físicas.

nicolas

Vivemos em uma era de economia compartilhada, cujo foco é experimentar e utilizar os bens apenas quando eles realmente forem necessários, evitando, desta forma, o acúmulo de objetos obsoletos. Neste tipo de economia a sustentabilidade se encontra em alta, e isto reflete diretamente no comportamento de consumo da sociedade moderna, nas mudanças em relação ao quanto consumimos e nas formas como compramos.

Este tipo de mudança, quantitativa e comportamental, provoca impacto em lojas de modo geral, principalmente em lojas físicas, que precisam repensar um processo de produção que envolva compras on-line (e-commerce), e uma segmentação bem mais estruturada, focando no atendimento a diversos nichos.

Com relação aos espaços físicos em shopping centers, uma pesquisa do IBOPE Inteligência revelou que, nos 36 empreendimentos inaugurados no ano passado, a taxa de vacância era de 50%. Segundo pesquisa realizada pela empresa Green Street Advisors, nos próximos dez anos, 15% dos shoppings norte-americanos irão falir ou se transformarão em novos espaços comerciais. Kotler afirma que as lojas físicas não vão desaparecer, mas que elas precisarão se reinventar.

Em resumo, o e-commerce surgiu para facilitar a vida dos consumidores, disponibilizando produtos mais segmentados e mais diversificados e ganhando cada vez mais adeptos. Devido a este fato, as lojas físicas dificilmente sobreviverão caso não atualizarem seu negócio e passem a fazer uso dessa nova ferramenta. Um modelo eficiente para sobreviver entre essas mudanças seria a articulação e a utilização dos diferentes canais de vendas (omnichannel) para atender as necessidades do consumidor.

Fonte:

GAMONAR, Flávia. Morte dos shoppings o fim do facebook e futuro criado. Disponível em: < https://www.linkedin.com/pulse/morte-dos-shoppings-o-fim-do-facebook-e-futuro-criado-flavia-gamonar>. Acesso em: 15 de Janeiro.

                                                                                                                           Nicolas