Por que valorizar o produto brasileiro?

culturabrasileira

Dentro da sua casa, você consegue apontar quantos objetos ou insumos foram produzidos no Brasil? E quantos foram fabricados nos Estados Unidos ou na China? Essa segunda pergunta é um pouco mais fácil de responder. Isso porque, há, na nossa sociedade, há um costume de valorização do produto estrangeiro em relação ao produto nacional. Maricato (2018) chama essa valorização de “cultura subdesenvolvida”, quando, no país, a ideia central é a de que “tudo que é importado é melhor”.

De fato, o que significa valorizar o que é nosso? Essa discussão é bastante necessária para promover uma equidade entre os produtos nacionais e importados. Por exemplo, você sabia que a urna eletrônica, aparelho que sintetiza a nossa voz por meio do voto e que define o futuro eleitoral do nosso país, foi criada por um brasileiro chamado Carlos Prudêncio? Ou que, além do avião, Santos Dumont também inventou o relógio de pulso? Contudo, provavelmente, o que apenas chega ao nosso conhecimento é quem foi o criador da Apple ou da Microsoft, demonstrando que não é a praticidade, inovação ou tecnologia que o produto tem, mas sim, onde e por quem foi criado.

Todavia, temos que entender que o mundo está conectado, e que isso é resultado de uma ampla globalização eminente, ou seja, o Brasil, em sua territorialidade, depende do comércio internacional. As máquinas, peças ou matérias-primas demonstram que a indústria nacional depende do exterior para se manter viva e competitiva (DIEZ, 2020). Porém, o fato que deve ser analisado é a dependência de mercados específicos, como a moda, a comida, a maquiagem ou até mesmo o mercado musical. Preferimos comprar roupas em lojas de departamento estrangeiro, do que em pequenos fabricantes, compramos maquiagens importadas ao invés de produtos nacionais, os quais, muitas vezes, trazem benefícios em relação a sustentabilidade, ou, os roteiristas que optam pelo uso de uma música estrangeira para marcar a história de um par romântico na novela, do que escolher algum clássico do MPB. O fato é: a busca pela nacionalidade brasileira é deixada de lado e evidenciada apenas em certos momentos, como a política. E isso é um fato histórico, enraizado na nossa cultura.

Dessa forma, o que, como habitantes de um país completamente “etnizado” e amplo, podemos fazer? De acordo com DIEZ (2020), podemos facilmente valorizar o turismo nacional, como também conhecer outras culturas pelo mundo, dar preferência a compra de produtos nacionais e ser livre enquanto consumidor, ou mesmo, escutar uma música em outra língua, mas ter a curiosidade de procurar algo parecido no mercado local. O primeiro passo é fazer campanhas de valorização dos que estão começando e dos que estão no caminho, os quais merecem o nosso reconhecimento, para que assim, as barreiras do mercado, preconceito, ignorância e altas taxas tributárias sejam enfrentadas (MARICATO, 2018).

Destarte, o importante é tentar compreender que essa mudança requer uma longa caminhada, mas extremamente necessária, trabalhando em uma mudança cultural no que diz respeito a: “o que é importado é melhor”.

RERERÊNCIAS:

DIEZ, Renan. Administradores.com, 2020. Valorização da industrial nacional. Disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/valoriza%C3%A7%C3%A3o-da-ind%C3%BAstria-nacional>. Acesso em: 12 de set. de 2020.

MARICATO, Percival. A importância de valorizar o que é nosso. Food Connection, 2018. Disponível em: <https://www.foodconnection.com.br/especialistas/importncia-de-valorizar-o-que-nosso>. Acesso em: 11 de set. de 2020.

ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO NO TEXTO FEITA EM: 09.10.2020

12